Meus pés nem estão cansados, sabe? Por mim, por teu sorriso desenhado e por teus olhos de menino eu caminho eternamente. Mas acontece que o meu coração já está cheio de planos e sonhos inacabados de outras pessoas – antigos caras como você. Com isso, este peito aqui está tão recheado de outrem que acaba não deixando nenhum espaço para os meus desejos.
E enquanto eu gargalho barulhento e ofegante, você ainda segura o riso atrás das mãos. Enquanto eu corro e mergulho de cabeça no mar, você ainda entra na água com ares de preocupação, querendo ir somente onde dá pé. Mas, por hora, eu ainda gosto desta aventura de não ter controle. Eu só não sei como será quando eu começar a me afogar, sabe? Eu sou pequenininha e sem jeito nas ondas fortes do caminho. Preciso de uma mão para me ajudar. Preciso da tua mão.
Você sabe como são mulheres em viagens. A gente precisa saber de tudo para ter noção do que levar nas malas. Então, se realmente quiser que eu embarque com você nessa, me deixe ciente sobre em qual estação a nossa viagem acabará. Para que eu adiante meus planos e, quem sabe, até já arrume alguém para me esperar por lá.”
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Hugo Rodrigues
Há tanto tempo não escrevo, mas dizem que os mais famosos textos de amor foram escritos na maior dor do coração. Isso deve ser um bom sinal.
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