A chuva caía, o dia estava frio, bem diferente de todos os outros daquele mês, e a lua não aparecera naquela noite. Era dia de semana e por algum motivo ela podia jurar que podia sentir sua presença em todas as esquinas da cidade. A sensação era forte e à dias sonhos pertubadores não a deixavam dormir com a paz de costume.
Mas a noite fria podia se tornar ainda pior, e depois de exaustivo dia normal de trabalho, andando pelas ruas lá está.. você! e ELA.
Por frações de segundos não havia mais chuva, mais frio, carros passando, pessoas conversando. Apenas a cena que acabara de ver. Aquela cena que ela se preparou psicológicamente tantas e tantas vezes para "nem ligar". ahhh.. quando se é mulher isso muda de figura.
O coração e o destino lhe deram uma rasteira daquelas, talvez pelo susto. Pq não adianta negar, ela podia até ter TENTADO se preparar mas lá no fundinho, desejou nunca ver aquilo. Egoísta talvez? Não! Apenas uma mulher.
Os ponteiros do relógio pareceram voltar no tempo e com ele trazer todos os sentimentos desconfortáveis. Até aquela velha dorzinha incômoda estava lhe dando um "Oi, quanto tempo!" Conter as lágrimas é um ato quase torturoso, mas sem que ele as perceba. A primeira reação, quando a realidade te cutucou foi pegar o telefone. Em algum lugar na sua cabeça passou a idéia de ligar para ele e dizer que ele não tem esse direito, mas a razão, os atuais fatos lhe fizeram desistir e discar para a melhor amiga. Tudo bem se ela não atende, sua casa é logo na próxima esquina. Uma esquina que nunca parecia chegar.
E depois de lágrimas caídas e algumas desculpas esfarrapadas para o pessoal de casa, ela espera que o tempo passe e carregue tudo de novo com ele. Mas será que vai passar? Como saber? Se você souber, as portas estão abertas para novas idéias.

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